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Painel discute avanços na construção de Pacto pelo Federalismo Climático e destaca importância de abordagem colaborativa entre entes federativos 

Iniciativa do Conselho da Federação, apresentada no Congresso do CLAD, busca alinhar políticas climáticas nacionais às necessidades regionais

 Amanda Vallejo CLAD 2024 interna

Foto: Amanda Vallejo

O painel “O Conselho da Federação e a construção de um Pacto Pelo Federalismo Climático no Brasil” integrou a programação do último dia do XXIX Congresso Internacional do Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD). A atividade, realizada nesta sexta-feira (29), destacou a importância de uma abordagem integrada e colaborativa entre os entes federativos para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas.

A assessora especial da Secretaria Executiva do Conselho da Federação, Elaine Cristina Licio, enfatizou a necessidade de uma governança climática transversal. “O federalismo climático é uma inovação no Brasil. Ele busca integrar estados, municípios e União em uma agenda estratégica para a mitigação e adaptação às mudanças climáticas, promovendo ações coordenadas que atendam às realidades locais e os compromissos internacionais do país”, explicou.

Durante o painel, o subsecretário de Planejamento de Longo Prazo da Secretaria Nacional de Planejamento, do Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO), André Luiz Campos de Andrade, apresentou uma visão detalhada sobre as lacunas de governança que comprometem a efetividade das políticas climáticas no Brasil. 

“Identificar e tratar as lacunas de governança é o primeiro passo para uma agenda climática mais efetiva. Precisamos de coordenação intersetorial, mas também de ferramentas que garantam transparência, confiabilidade dos dados e capacitação técnica. É essencial que todos os atores estejam na mesma página para que possamos avançar”, afirmou. Ele enfatizou que, embora o país tenha avançado em algumas áreas, ainda há um longo caminho a percorrer para consolidar uma estrutura de governança robusta e integrada para enfrentar as mudanças climáticas.

Já a diretora-executiva do Consórcio da Amazônia Legal (CAL), Vanessa Duarte, destacou a necessidade de enxergar a agenda climática não só como transversal, mas também multidimensional, enfatizando que a governança multinível é um instrumento essencial para enfrentar os desafios climáticos de maneira coordenada e eficaz. Segundo ela, é fundamental que os biomas brasileiros, especialmente a Amazônia, sejam incorporados como elementos centrais no planejamento das políticas públicas. 

Vanessa explicou como o CAL tem trabalhado para integrar diferentes atores e níveis de governo, criando um modelo de governança que respeite a complexidade dos territórios e as especificidades de cada região. Vanessa ressaltou que a mitigação e adaptação às mudanças climáticas exigem a colaboração entre União, estados e municípios, mas também a participação ativa de organizações da sociedade civil e do setor privado. “Na Amazônia, por exemplo, é essencial que as políticas respeitem as especificidades de cada território, com foco tanto na preservação ambiental quanto no desenvolvimento sustentável. Trabalhar de forma colaborativa é o único caminho viável para enfrentar os desafios globais que impactam diretamente as populações locais", exemplificou. 

Com discussões que englobaram financiamento, institucionalização de espaços de governança e estratégias de longo prazo, o painel mostrou como o Brasil tem buscado liderar uma agenda climática federativa, considerando as especificidades de cada região e bioma. O coordenador de Articulação Política da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), Jeconias Rosendo da Silva Junior, discutiu os meios de implementação necessários para enfrentar os desafios climáticos, com destaque para a necessidade de financiamento regular e apoio técnico para os municípios. 

Ele também mencionou as desigualdades regionais como um obstáculo para a governança integrada. “Sem financiamento regular e apoio técnico, muitos municípios não terão condições de implementar as ações necessárias para mitigar e adaptar-se às mudanças climáticas”, encerrou o especialista.

Sobre o Congresso do CLAD
O XXIX Congresso Internacional do CLAD sobre a Reforma do Estado e da Administração Pública, realizado entre os dias 26 e 29 de novembro, em Brasília (DF), foi promovido pelo Centro Latino-Americano de Administração para o Desenvolvimento (CLAD) e realizado pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em parceria com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) e a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso).

Com 150 horas de atividades na programação, o Congresso contou com mais de 700 participantes, incluindo ministras e ministros de diversos países, secretários de Estado, parlamentares, servidores públicos, sindicalistas e especialistas internacionais. Os debates e sessões têm como objetivo discutir temas como inclusão, democracia e inovação na gestão pública, alinhados às transformações necessárias para tornar o Estado mais eficiente e inclusivo.

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